O Papiro Madalena é um conjunto de fragmentos do evangelho de Mateus datado atualmente para 66 d.C., encontrados em 1901 pelo reverendo Charles B. Huleat.
Originalmente foi datado como pertencendo ao século II, depois foi redatado em 1994 pelo Dr. Casten Peter Thiede, uma das maiores autoridades em manuscritos antigos. Tudo indica que pertencia a uma cópia em códice do original grego. Sendo assim, Mateus escreveu seu evangelho antes dessa data. Isso pode confirmar a tradição de atribuir 41 d.C. para a data da escrita do original.
Revista Época edição 449 de 25 de dezembro de 2006: "O texto contido nesses fragmentos é do capítulo 26 do Evangelho de Mateus. Apesar do pequeno número de letras, é possível reconhecer que se trata da narrativa da unção de Jesus na casa de Simão, o leproso, em Betânia, e da traição de Judas, eventos que dão início à narrativa da Paixão. Os papiros nunca chamaram especialmente a atenção até que o papirologista alemão Carsten Peter Thiede começou a estudá-los. Baseado nas características do manuscrito, Thiede datou os papiros Magdalen como tendo sido escritos na metade do século I depois de Cristo. Isso dataria a composição de uma narrativa da vida de Jesus em uma época pouco posterior aos acontecimentos, já que Jesus teria sido morto por volta dos anos 30 do primeiro século depois de Cristo. Se Thiede tiver razão, o Evangelho de Mateus teria sido escrito quando o apóstolo ainda poderia estar vivo."
Esses fragmentos de papiro hoje pertencem ao Magdalen College (Faculdade de Madalena), na Universidade de Oxford, na Inglaterra. São, ao todo, três fragmentos. O maior deles mede 4,1 cm por 1,3 cm. O texto traz trechos do capítulo 26 de Mateus e está registrado na frente e no verso dos três fragmentos. Mesmo sendo muito pequenos, os fragmentos trazem conteúdo suficiente para não deixar dúvidas que se trata da passagem de Jesus na casa de Simão, o leproso, em Betânia (Mt. 26: 6-13), e da traição de Judas (Mt. 26: 14-16).
O anúncio da descoberta foi feito pelo jornal britânico The Times, na sua primeira página, na edição de 24 de dezembro de 1994: "Um papiro que se acredita que seja o mais antigo fragmento existente no Novo Testamento foi encontrado na biblioteca de Oxford. Ele fornece a primeira prova material de que o Evangelho segundo Mateus é um relato de testemunha ocular, escrito por contemporâneos de Cristo". A reportagem apoiava-se no trabalho de um respeitado estudioso alemão, o paleógrafo e papirólogo Carsten Peter Thiede, de 57 anos, que é diretor do Instituto de Pesquisa Epistemológica de Padeborn, Alemanha.
A revista Terra Santa, de Jerusalém, também publicou um artigo sobre a descoberta, intitulado Mateus, testemunha ocular (edição de setembro/outubro de 1996). O título é homônimo de um livro de Thiede. No seu livro, ele afirma que as suas pesquisas apontam para a datação dos fragmentos do Evangelho de Mateus como sendo antes dos anos 60 d.C., provavelmente 50 d.C. Isto é, menos de 30 anos depois da morte de Jesus, quando as suas testemunhas oculares ainda estavam vivas.
O papiro estava na Biblioteca do Magdalen College desde o início dos anos 50, e havia recebido em 1953 uma datação errada, situando-o no fim do segundo século d.C. Por isso, não despertava atenção. Porém, os novos estudos de Thiede mostraram que o papiro era de 50 d.C.
Observando-os melhor, o especialista constatou que eles possuíam uma escrita que não era de uma data tardia (início do século II, como se presumia anteriormente), mas deveriam ter sido escritos no ano 50 d.C. Como se trata de uma cópia do Evangelho de Mateus, isso significa que o original de Mateus era anterior a essa data, portanto escrito enquanto as testemunhas oculares de Jesus ainda eram vivas (pouco mais de dez anos depois da sua ressurreição). E como a cópia em mãos era muito antiga, as testemunhas ainda estariam vivas, quando esta começou a circular, podendo questionar o seu conteúdo caso estivesse equivocado.
Depois disso e com base em pesquisas semelhantes, outros erros em papiros do Novo Testamento foram encontrados. Estes passaram a receber novas datas. O papiro chamado P46, por exemplo, antes datado de 200 d.C., já é admitido como sendo de 85 d.C. O papiro P66, de 200 d.C., sabe-se hoje que é de 125 d.C. O P32, antes tido como de 200 d.C., é, na verdade, de 175 d.C. O P45, antes visto como do terceiro século ou início do terceiro, é de 150 d.C. O P87, identificado antes como sendo do terceiro século, é na verdade de 125 d.C. O P90, apontado como do final do segundo século, é de 150 d.C.
Apesar dessa descoberta ser importantíssima, 13 anos depois ela ainda é omitida pelos teólogos liberais nos seus textos de combate à legitimidade dos Evangelhos. Por isso, eruditos afirmam que muitos dos livros de hoje que se dizem em busca do Jesus histórico na verdade nos revelam mais sobre os seus pesquisadores do que sobre Jesus mesmo. Os Evangelhos acabam sendo cada vez mais admitidos como legítimos relatos sobre Jesus, e toda a tentativa de desacreditar esse fato nada mais é do que estudiosos preconceituosos em relação aos milagres tentando fugir da verdade, não enfrentando os fatos.
V. 20150713